quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Caretas de 1972


O que um clássico de Woody Allen e “Todo mundo em pânico” tem em comum?

Profetizo minhas idéias absurdas em meios a clichês cotidianos muito bem-vindos. Recebo-os de braços abertos, pois tudo o que me cerca é o que pode ser chamado de repetição. Pior: repetição-não-criativa. A palavra repetição, por si só, já carrega em si o sufixo “não criativa”? Essas e outras dúvidas podem ser sanadas assistindo-se a um filme chamado “Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo, mas tinha medo de perguntar”, de Woody Allen. Sim, esse é o nome do filme.
A película, que mostra situações hilariantes, nada tem de muito inovador nos dias atuais. Traz idéias já comumente absorvidas pelo humor da sociedade hoje. O que surpreende, porém, é o ano de lançamento do filme: 1972.
1972? Eu não acreditava. Mulher de calcinha com cadeado, homem tendo relações sexuais com ovelhas e espermatozóides conversando... em 1972! Revi o filme sem acreditar ainda que fora lançado na dita época conservadora. Na era dos caretas. Pelo menos é o que dizemos hoje.
O que tanto apareceu nesse filme de Woody Allen, é o que aparece constantemente em filmes de comédia atuais disseminados pela juventude. São filmes de humor baixo, piadas preconceituosas. Mas que não deixam de ser humor! Nem podem deixar de ser desvalorizados perante outros tipos de comédia. O que define o que é e o que não é piada boa?
Como uma vez já disse aqui no blog, pessoas inovadoras são aquelas que enxergam além de seu tempo. Prevêem e semeiam aquilo que se tornará tendência...

Não creio que Woody Allen, assim como tantos outros, previu como seria a comédia no futuro.
Ele fez a comédia do futuro!
Assim como não acredito que Bill Gates seja um visionário que soube que um dia todos teriam computadores em casa.
Ele criou esse futuro!

É por isso que as repetições, criativas ou não, são sempre muito bem-vindas. São um modo de perpetuar tendências na sociedade.


Diante disso, lanço a todos nós um desafio: o que vemos hoje que será a tendência do amanhã?