sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Prazer, chato!

Chato, borring. Sinto-lhe informar, mas você é assim. Eu também sou, fazer o quê. O mundo caminha de mãos dadas com o sentimento do descaso. Eu já pedi pra ele parar e deixar os chatos seguirem na frente, mas ele não me ouve. Aliás, ninguém me ouve.
Todos na minha volta acreditam que estão na beira do precipício da morte, e que quando caírem será o triste fim. Que comédia, na verdade nós já estamos caindo a muito tempo nesse precipício. É esse vento que bate no nosso rosto, essa vida corriqueira. Sim, é o precipício. Seja muito bem vindo, você também está caindo.
É, ninguém me ouve. Se ao menos você ouvisse a si próprio, estaríamos menos perdidos. Mas, infelizmente, nem isso acontece. Desculpa, é o som na minha cabeça. Quer dizer, é o vento do precipício, que funciona como música. Generalizando, o vento é a música.
Somos todos chatos, obrigado. Somos muito chatos. Vivemos pensando no passado e rezando por um futuro. Eu já consigo ver o meu futuro, é o chão que se aproxima. O chão do precipício. A morte. Até mesmo a Morte é chata. Como se não bastasse também é entediante pensar nela. Não vou rezar por ela, acho que ela não merece. É isso mesmo: Morte, você é chata! Vem me pegar então, pode vir pra luta! Te pego na saída.
Você é chato porque espera a morte. Você é chato porque não vive intensamente o presente. Chato porque se preocupa com a politicagem. E se você não se considera uma pessoa borring, que não se preocupa com nada disso, parabéns! Passe filtro soltar e boa praia! Te vejo no fundo do poço, na parada final do penhasco. Vou estar de mão dadas com o mundo e o sentimento do descaso.
Quem vai dar a mão pra Morte? Eu esperava que você o fizesse! Não se faça de chato! :)